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Resenha: Divergente

Autora: Veronica Roth
Editora: Rocco

Sinopse:
Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível.Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto.A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é.E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.


Tenho que dizer que Divergente despertou meu interesse por dois motivos: primeiro porque confesso que não tenho muitas experiências boas com distopias, adorei A Hospedeira (Stephenie Meyer), mas não curti muito Feios (Scott Westerfeld) e não gostei de Bruxos e Bruxas (James Patterson). E depois porque foi o primeiro livro que eu li em inglês, apesar de não ter feito nenhum curso ainda, resolvi arriscar a leitura porque tinha lido na internet que o nível do inglês era fácil e realmente não tive nenhuma dificuldade em ler.


Em Divergente a sociedade acredita que o que motiva as guerras, ao contrário do que se pensava antes, não são as inclinações políticas, as crenças religiosas, raça ou mesmo patriotismo e sim a personalidade humana e sua inclinação para o mal, independente da forma em que ele se apresente. Assim, a sociedade foi dividida em facções de acordo com as qualidades que acreditavam serem as culpadas por todo o mal causado.

"  (...)Os que culpavam a agressividade formaram a Amizade.
       Os que culpavam a ignorância se tornaram a Erudição.
       Os que culpavam a duplicidade fundaram a Franqueza.
       Os que culpavam o egoísmo geraram a Abnegação.
       E os que culpavam a covardia se juntaram à Audácia.      
                                                "
Nesse contexto, conhecemos Beatrice, ou melhor, Tris, que está prestes a realizar o seu teste de aptidão, assim como todos os jovens assim que completam 16 anos. O teste de aptidão serve para ver com qual facção a pessoa se encaixa melhor e independente do resultado deste teste existe a possibilidade de escolha, mas uma vez que se escolhe uma facção diferente a que se pertence é necessário abandonar também sua família, pois para a sociedade a facção é a ligação mais importante. Há também aqueles que não alcançam o sucesso e acabam classificados como os sem-facção, condenados a uma vida miserável.

Tris nasceu e cresceu na Abnegação, mas diferente de seu irmão Caleb, sempre se sentiu um pouco deslocada e inconformada com os costumes de sua facção. Os resultados das simulações apontam semelhanças com mais de uma facção, por isso, Tris é considerada como uma Divergente e tem que tomar uma decisão: continuar com sua família ou ir em busca de um grupo com o seu perfil.

De cara não achei que fosse curtir a protagonista Tris, não sei porque, mas achava que a dúvida da escolha de qual facção seguir ia durar boa parte do livro e que ela pudesse ser uma candidata a drama Queen, mas admito que ela me surpreendeu positivamente e foi mudando tanto o seu estilo quando sua personalidade, que vai ganhando força de acordo com a evolução da história.

(...) , every muscle in my body tensing as the falling sensation drags at my stomach. The hole surrounds me and I drop into the darkness. [Page 58]
(...), Cada músculo do meu corpo tensionado enquanto a sensação da queda aperta meu estômago. O buraco me envolve e eu caio na escuridão.

Além de Tris, a trama conta com personagens bem interessantes, que também estão passando por mudanças se desenvolvendo, mostrando suas qualidades, defeitos e medos, o que dá a esses personagens um toque bem real. Alguns personagens importantes são: Four ou Quatro, Caleb, Christina, Al, Will e Eric.

Outro ponto forte da distopia são as sequências de ação que aceleram um pouco o ritmo de leitura. O romance também, que apesar de bem óbvio desde o começo, não tirou o foco da história e se tornou o assunto principal como eu receava, mas nem por isso perdeu força no contexto.

Como Divergente é o inicio de uma série e está inserindo o leitor no universo distópico da história algumas coisas ficam sem explicação no final, mas acredito que não por erro da autora e sim porque a saga de Tris está só no começo, uma das questões ainda sem explicação, por exemplo, o porquê da cidade ser cercada e vigiada. Mas nem por isso o final deixou a desejar. Eu gostei muito e a autora me surpreendeu com a morte de alguns (sim, no plural) personagens.


He stares at me with the same ferocity but doesn’t move. Why doesn’t he shoot me? [Page 477]
(Ele me encara com a mesma ferocidade, mas não se move. Por que ele não atirou em mim?)

Pretendo ler o segundo livro da saga, Insurgente, assim que terminar umas leituras atrasadas já que o terceiro livro, Allegiant, já foi lançado em inglês e deve ser lançado em português em 2014.





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